11 março 2006

Uns Olhos

À Pessoa Especial que me deu o privilégio de olhar os seus olhos bem lá no fundo... com o meu desejo de que um dia encontre o segredo dos seus olhos...
À Pessoa que me adoptou como mãe, trazendo-me sempre naquele cantinho que não revela ao mundo de "gandins" onde se arrasta...
À Pessoa que um dia olhou o mar ao meu lado, e chorou...
À Pessoa que não deixaram acreditar que podia ser gostado e gostar... não deixaram ser criança, nem ajudaram a crescer...
Obrigado por te teres identificado neste meu conto. Foi um momento de gratificação que nunca esquecerei!

Muito te Gosto "Magano"
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Sentado num penhasco onde o mar bate violentamente, salpicando-o de sabor a sal, olha o Sol que desce lentamente por detrás daquela imensidão de água. As pernas penduradas, bamboleiam em cadência com o pensamento, enquanto inspira o ar forte e o cigarro repousa nos seus dedos.
Olha as nuvens como se visse as imagens de tudo o que sucedera até aquele dia, continuando sem entender em que momento tudo se tinha começado a transformar como uma viagem no combóio fantasma... em que cada viagem era simultaneamente previsível e assustadora. Sorri, quando uma nuvem lhe lembra o sexo de mulher, e sacode a cabeça violentamente ao ocorrerem-lhe todos os corpos que percorreu de modo sôfrego, como se em cada um procurasse encontrar algo de si, que sentia perdido...
Estava sentado junto ao mar, mais uma vez procurando o momento em que se perdera de si próprio e começara uma viagem de carrossel a que não sabia pôr fim.
Nos seus olhos estava o segredo... Será que demoraria muito a encontrá-lo!?


17.11.2001

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