23 fevereiro 2011

Comer sem glúten - doentes celíacos

"O número de pessoas afectadas por esta doença poderá ser muito superior às estimativas oficiais pois muitas pessoas não apresentam sintomas exuberantes, vivendo com a doença sem suspeitar que dela padecem. Acresce que o seu diagnóstico definitivo também não é fácil pois implica que se efectue uma biopsia ao intestino.

O tratamento desta alergia alimentar consiste em deixar de consumir permanentemente todos alimentos que contém glúten. Não há actualmente nenhuma forma de restabelecer o normal funcionamento do intestino se o mantivermos exposto a esta proteína.

O desafio dos doentes celíacos consiste portanto em assegurar uma alimentação saudável e saborosa sem glúten, uma tarefa que pode ser complicada tendo em conta que existem muitos produtos alimentares que integram cereais nos seus ingredientes ou que se encontram contaminados por estes."


17 fevereiro 2011

Quando as crianças descobrem a morte



Quando as crianças descobrem a morte:
http://isabe.ionline.pt/conteudo/1629-quando-as-criancas-descobrem-morte

"O mais desagradável das perguntas sobre a morte é que não há boas notícias. Por mais cristão, budista ou muçulmano que se seja, ninguém consegue falar com entusiasmo da maravilha que vai ser quando morrermos, que ansiosos estamos por lá chegar. Que queremos imenso ir para o Céu, ou reencarnar numa árvore. E quando não há convicção, as crianças desconfiam."

11 fevereiro 2011

"Positiva-mente": aprenda a viver uma vida mais positiva





‎"Dá tanto trabalho escrever "sim", com três letras como escrever "não". E isso aplica-se à vida"

"Positiva-mente" é um livro científico sobre uma vertente diferente da psicologia, a Psicologia Positiva. O livro é escrito por Catarina Rivero e Helena Águeda Marujo, duas psicólogas de formação, mas "traduzido", a pensar na população em geral.

Nesta obra encontram-se retratadas histórias de vida com que nos podemos identificar em algum ponto da nossa existência e daí tirar o exemplo para sabermos o que temos de trabalhar dentro de nós para começar a levar uma vida mais positiva e ser mais feliz.

Viver relações positivas com amigos e colegas de trabalho, envolvermo-nos na comunidade, valorizar o riso e o sentido de humor são algumas das sugestões que neste livro desafiam o leitor a aprender a viver uma vida mais positiva.




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Boas Notícias

06 fevereiro 2011

Para ser escravo é preciso estudar, por Daniel Oliveira


Às vezes uma música resume quase todas as angústias e revoltas de uma geração. Não precisa de grandes declarações ideológicas. Há uns dias, o grupo Deolinda pôs o Coliseu do Porto de pé. Uma frase simples - "que Mundo tão parvo em que para ser escravo é preciso estudar" - torna-se facilmente o grito de uma geração adiada. Impedida de sair de casa dos seus pais para construir as suas vidas, condenada ao recibo verde, aos caprichos dos negreiros a que agora se dá o nome de "empresas de trabalho temporário" e a salários miseráveis que lhe são pagos como se de um favor se tratasse.
Claro que nas colunas de jornais e de edições online lá estarão outros jovens que, como em todas as épocas, não se importam de ser os intelectuais amestrados do regime, e nas televisões muitos economistas ideologicamente encartados continuarão a dedicar-se aos ralhetes mediáticos à Nação. A tese continuará a ser a mesma: a desgraça desta geração resulta dos "privilégios" dos mais velhos. É sempre esta a teoria: não tens direitos porque outros os têm. O teu inimigo é o teu pai, o sindicato, o que tem contrato, o imigrante. O inimigo da tua dignidade é sempre a dignidade do teu vizinho. Convenientemente, a desgraça da geração 500 euros é a de haver quem ainda não tenha as suas vidas a prazo. E assim se poupa quem realmente lucra com o trabalho descartável.
Pode ser diferente? Pode. E tudo começa onde sempre começou: na capacidade das pessoas se revoltarem. Se as frases simples que se ouvem nesta música retratam tão bem as suas vida, só lhes falta fazer um pouco mais do que aplaudir. Se olharem para a história universal e dela tirarem a maior das lições: nunca a dignidade foi oferecida a ninguém. Foi sempre conquistada contra o que parecia inevitável.
Em baixo, deixo a letra de "Parva que sou". Podia bem ser o hino da primeira geração que, apesar de ser a mais bem preparada de sempre, parece estar condenada a viver pior do que os seus pais:

"Sou da geração sem remuneração
E não me incomoda esta condição
Que parva que eu sou
Porque isto está mal e vai continuar
Já é uma sorte eu poder estagiar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
Sou da geração 'casinha dos pais'
Se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
E ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou
E fico a pensar
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar
Sou da geração 'vou queixar-me pra quê?'
Há alguém bem pior do que eu na TV
Que parva que eu sou
Sou da geração 'eu já não posso mais!
'Que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou
E fico a pensar,
Que mundo tão parvo
Onde para ser escravo é preciso estudar"


Obsessões e neuroses. O amor é lixado e no Facebook ainda mais

"Rita entra todas as noites na conta do Facebook do namorado. Como a rede social permite duas entradas simultâneas na mesma conta (experimente entrar no seu Facebook em dois computadores diferentes e à mesma hora), ao mesmo tempo que o namorado está em casa a teclar, Rita está em casa dela, dentro da página dele, a acompanhar em tempo real cada conversa que ele mantém no chat. No final, imprime o documento em que gravou palavra a palavra todas as conversas, e até as horas em que decorreram, e vai pedir satisfações ao namorado. Discutem, a seguir fazem as pazes. Ele censura-a mas não muda a palavra-passe. Tudo na mesma. Passado uns tempos, a rotina nocturna de Rita recomeça.

Carla foi perseguida via Facebook quando decidiu terminar com o namorado. Primeiro ele começou a inundar o mural dela com vários "amo-te". Depois, saltou para os comentários agressivos, que ela tinha de apagar no instante seguinte. A seguir, começou a fazer "like" e a deixar comentários em todas as fotos e links das amigas. No final, depois de ser "desamigado", ainda foi capaz de criar um perfil falso com o nome de um amigo de Carla para que ela aceitasse o pedido de amizade e ele pudesse entrar na sua página. "Ele não conseguia aceitar a minha decisão. Passou meses a fazer-me a vida negra no Facebook."

Ana tinha um namoro em crise mas a relação só terminou oficialmente depois de mudar o estado civil no Facebook de "numa relação" para "solteira". Ele foi o primeiro a limitar o acesso dela a alguns conteúdos do seu perfil. Ela, em retaliação, desamigou-o. A amizade voltou mas não se voltaram a "amigar" no Facebook. "Dá para manter a distância sem ficar a olhar para as fotos ou a pensar na frase que o outro escreveu."

Sofia ficava enfurecida de cada vez que Rui - um rapaz com quem se envolveu mas com quem nunca assumiu uma relação - deixava um comentário ou publicava um link na página do Facebook. Se ele escrevia "ai" ela ficava irritada. Se ele escrevia "ui" ela ficava irritada. Se ele publicava vídeos do YouTube, ela lia cuidadosamente as letras das músicas à procura de uma mensagem indirecta. Se ele publicava fotos com a namorada, ela sentia-se ofendida e provocada. E se ele comentava algum link deixado por um amigo em comum, ela, por mais vontade que tivesse, já não comentava. "Já estava tão farta de que as coisas dele me afectassem que um dia decidi ocultar tudo o que ele publicava. Olhos que não vêem, coração que não sente." A estratégia habitual do "desamigar" ainda lhe passou pela cabeça mas a bisbilhotice falou mais alto. "Queria ter a possibilidade de ir cuscar o Facebook dele quando quisesse." O "ocultar" não resolveu o problema: ela continuava a escrever mensagens subliminares para chateá-lo. E continuava a ver o que a namorada de Rui - e amiga dela no Facebook - publicava no mural. Um ano depois da ruptura, os comentários de Rui continuam a estar ocultos na página de Sofia. Ainda acha que há riscos: "Teria a tentação de fazer comentários provocatórios e de meter like nas fotos só para chatear a outra", confessa.


O amor no Facebook é fodido Depois do Facebook - a rede social criada há sete anos, a 4 de Fevereiro de 2004 - o início e o fim das relações nunca mais foram o mesmo. Antes, bastava apagar o número de telefone da agenda, deixar de frequentar o café do costume ou evitar passar 500 vezes em frente à janela do outro e já estava: this is the end. Agora, além disso tudo, ainda é preciso apagar o rasto virtual do ex. Apagá-lo do Twitter, do MSN, do Facebook. E no Facebook o célebre "desamigar" nem chega: se tiverem amigos em comum, não há maneira de achar que o outro não existe. Como se isso não bastasse, ainda é preciso terminar relações duas vezes: o fim só se oficializa quando se muda o estado civil na rede.

Os psicólogos garantem que o Facebook já saltou para o divã. E não só porque faz despontar suspeitas de infidelidade ou dor de cotovelo virtual. A rede social promove comportamentos obsessivos, pode transformar-se num instrumento de tortura e ajuda a prolongar o sofrimento do fim.

O psicólogo Manuel Peixoto recorda- -se de um caso de uma paciente que só parou de ver o Facebook do ex-marido quando ele "desamigou" a actual namorada com medo que os filhos sofressem as consequências. "Era um caso compulsivo. Ela queixava-se dela própria: sabia que aquele controlo estava errado, mas não conseguia evitar."

Qualquer comportamento ''à detective'' "é negativo e geralmente vira-se contra o próprio", explica a psicóloga Cláudia Morais. "Nenhuma relação é saudável se um só entende o outro porque o investiga." O mesmo se aplica no fim das relações: "Há pessoas que reagem muito mal à rejeição, que não conseguem conviver com o sentimento de abandono e controlam o que outro faz no Facebook para sentir que ainda têm poder."

Não resistir ao impulso e vasculhar a conta de Facebook do ex pede uma corrida directa para o consultório do terapeuta? Respire fundo se já fez o mesmo. "Depende da frequência e da intensidade com que o faz", esclarece a psicóloga Catarina Mexia. A terapeuta admite ser natural "não resistir à tentação de coscuvilhar o que vai acontecendo na vida do outro". O caso só se torna preocupante quando espiar o Facebook do ex ou da ex se transforma na actividade preferida. "Se passo as horas de almoço a entrar na página do ex, se faço actualizações de dois em dois minutos, se aquilo se torna o centro do meu ódio, aí preciso de ajuda", esclarece Catarina Mexia.

Para não prolongar o sofrimento nem transformar a coscuvilhice numa obsessão, o melhor é tentar apagar a pegada virtual do outro: pelo menos por uns tempos. O saudável não é continuar amigo, mas sim desamigar. Ao fim dos relacionamentos, adianta Manuel Peixoto, aplica-se o princípio de Arquimedes: "Dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo." Catarina Mexia concorda: "Não se faz o luto na presença do outro e é errado pensar que o Facebook é uma coisa distante: aquela pessoa vai continuar ali e o fim vai doer ainda mais. É como estar a fazer dieta mas ter a casa cheia de doces."

por Sílvia Caneco, Publicado em 05 de Fevereiro de 2011 |

publicado no i

03 fevereiro 2011

1984 - Maria Guinot - Silêncio E Tanta Gente



"Às vezes é no meio do silêncio

Que descubro o amor em teu olhar
É uma pedra
É um grito
Que nasce em qualquer lugar
Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p'ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d'aquilo que eu sou
Às vezes sou o tempo que tarda em passar
E aquilo em que ninguém quer acreditar
Às vezes sou também
Um sim alegre
Ou um triste não
E troco a minha vida por um dia de ilusão
E troco a minha vida por um dia de ilusão
Às vezes é no meio do silêncio
Que descubro as palavras por dizer
É uma pedra
Ou é um grito
De um amor por acontecer
Às vezes é no meio de tanta gente
Que descubro afinal p'ra onde vou
E esta pedra
E este grito
São a história d'aquilo que sou"